quarta-feira, julho 19, 2006

Iconoclastas, Rótulo.

Caros leitores,

Findo o ano lectivo para a maioria, o blog selvagem cai, com naturalidade, na sua inactividade inerente do bom tempo, da noite que escreve em gordas letras "André, as férias estão aí, consome-as".
Mas antes de podermos, de facto, colocar a advertência "Fechado para férias" há stocks a repôr e outros a serem contados. Pois assim seja, Praxe.
Após o escândalo provocado pela forte crítica lançada à Praxe da Faculdade de Economia do Porto, pelo nosso bom companheiro Teixeira, escândalo este facilmente comparado ao Calciocaos, quando todos pensavamos que os comentários dos tão bem amados leitores (e não digam que não sou ternurento) se iriam ficar pelos 61, eis que surge o Vítor Silva.

Antes de mais, agora já lançados por este belo prefácio convido os, novamente, tão bem amados leitores a procederem a uma breve leitura do 'comment' número 61, assinado pela personagem principal deste belo excerto da revista Maria - Vítor Silva.
Concordo... Bem haja a técnica de leitura na diagonal, há livros que se resumem em breves páginas assim como comentários se resumem em poucas ou nenhumas palavras.

"Eu confesso que não li todos os comentários por duas razões: são muitos e ia a meio e já estava farto de tanta hipócrisia, que o ditos "selvagens" se comprometem a combater." by Vítor Silva.

Hipocrisia, sem acento. Ias a meio, sensivelmente no comentário nº 30, e já estavas farto de "hipócrisia", hum... Uma pergunta, abandonas o noticiário da noite a meio? É que grande parte da matéria noticiada é fruto de hipocrisias.
Mas vou ser sincero, nunca me tinha pensado como um verdadeiro justiceiro em combates versus hipocrisia, quem sabe não utilizaremos essa tua ideia e passamos a erguer o nome "Justiceiros Selvagens", já que dizes que nós nos fazemos passar por heróis de banda desenhada, quando pelo que percebi nos achas uma autêntica conspiração.

"O grande problema deste tópico é (práticamente) só ser comentado por pessoal que não percebeu o espirito de PRAXE. Todos ainda temos muito a aprender, mas quem frequentou (nem digo sempre mas frequentemente) as actividades de PRAXE, sim porque actividades de PRAXE não é só 5ª-feiras à tarde, cenas relacionadas com o cortejo e bebedeiras, deveria ter percebido algo mais." by Vítor Silva.

Ai ai Vítor Silva, é apenas o 2º parágrafo e assinaste prontamente a certidão de óbito do teu comentário. Mas em frente, quem é herói de banda desenhada também pode ser um cirurgião conceituado, vamos lá proceder à autópsia destas belas frases.
A parte do "não percebeu o espirito de PRAXE", permite aqui só um breve riso, pronto já está. Camaradagem, amor, sujeição, confiança, respeito, mais uma série de adjectivos ou conceitos adjacentes ao factor crescimento enquanto aliado a uma pedagogia de vida. Vida, momentos, quadro de Miró em que cada risco abstracto simboliza um copo, uma noite, um berro.
Qual a dificuldade de perceber e conceptualizar aquilo que pensas que nós não adquirimos? Ah, claro, factor participação. Puff, é aqui que disparas uma 9mm sobre o teu próprio comentário. Mas como sou um "Justiceiro", deixo-te apanhar o invólucro desse mesmo disparo.
O conhecimento de causa é arma ideal para obter uma resposta positiva do alvo, senão acabas por cair no ridículo ao bom jeito das noites proporcionados por Marcelo Rebelo de Sousa quando este criticava o bolo de um livro apenas pelo prefácio.
Entre não aceitar determinadas atitudes ou sujeições a não participar e ser pela Praxe, vai uma larga distância, distância essa que o teu comentário não conseguiu percorrer. Mais uma vez, será que deixas tudo a meio?
Muitos de nós somos bastante activos, muitos de nós eramos bastante activos, muitos de nós são pela Praxe da nossa Faculdade e por isso mesmo é que gostamos que saibam o que pensamos. Mas caro Vítor Silva, tomar o que é dito no blog com um todo do universo de acontecimentos, ridículo. Quantas histórias não ficam por contar?

"Como é óbvio, exite hipócrisia em todo lado e cabe a toda gente que se interessa por algo actuar para mudar isso (criticar só para dizer mal não leva a lado nenhum)." by Vítor Silva

Pensa no supracitado, não me irei repetir. Nem todos os crimes de guerra foram julgados.

"Confesso que não sei ao certo quem vocês são mas suponho que sejam (se não forem, peço muita desculpa) os tipos que no jantar de ano faziam imaculadas a toda hora e sem esperar por ninguém." by Vítor Silva

Bem, sinceramente, não percebi. Obviamente já fizemos brindes ao nosso colectivo e já erguemos imaculadas que não foram acompanhadas por toda a gente presente, do mesmo modo que já o fizeram connosco. Simplesmente encaramos provocações de forma saudável, pois esperamos que essas provocações sejam inconscientes, nós não desafiamos ninguém, se alguém nos desafia é porque... Não encontro resposta. Natural.
Mas deixa ver se percebi, és pastrano e falas de um jantar de 2º ano. Hum, ok, não percebo.

"As criticas não surgem por apanharem uma bebedeira, mas sim pela forma como as apanham. Dizem-se dentro do "espírito de Economia" e não esperam pelos colegas para fazer a imaculada?? Apenas esperam pelo "vosso grupo"!! Perderam o espirito de Economia já por aí: Economia está em cima, só depois vêm os outros grupos dentro da faculdade." by Vítor Silva.

Ahhhh, então está bem. Já estava a começar a ficar preocupado. O problema foi essa mesma imaculada... Pensava que o despontar do tufão Selvagem seria um pouco mais. O espírito de Economia, segundo a tua jovem e ignara lógica, é o respeito por toda a imaculada. É um pouco mais que isso, lamento informar
Não tenciono ver mais ninguém a questionar se muitos de nós gostam ou não da Praxe de Economia. Depois de tudo, seria ABSURDO e IGNÓBIL.
Não podem porém tratar nem tentar lidar connosco de uma forma preversa ou mesmo classificar o nosso grupo como iconoclastas.
Podem, entretanto, não gostar de nós, ou de algum de nós, não gostar de alguns acontecimentos.

"Há mais umas coisas de que gostaria de falar, mas não vale apena cansar-me para nada. Sei que não são todos, mas a maioria do pessoal anti-PRAXE tem a visão muito fechada e não consegue ver o outro lado." by Vítor Silva.

Fernando Pessoa não foi um astronauta, Miró não foi um futebolista, Mussolini não foi um sacerdote, nós não somos anti-praxe.
Um treinador de futebol que mude de um esquema de 4-4-2 para um 4-3-3 quer dizer que não gosta da equipa. Há várias maneiras de alcançar um mesmo objectivo. A Praxe não é a nova Inquisição. Ou é?

"Se são anti-PRAXE convidem uns amigos que são pela PRAXE, falem sobre os aspectos em que discordam e fiquem ambos atentos às situações reais para esclarecerem as dúvidas." by Vítor Silva.

Em relação ao nosso grupo e ao discutido...
Pouco sei, mas do pouco que sei, pouco tu sabes.

Espero que te tenha ajudado a encontrar o teu caminho, não sou conselheiro espiritual mas ao ler o teu comentário achei que talvez merecesses um post dedicado a ti e a todas as tuas incertezas que tomas por certezas. "Veni Vidi Vici", pá, não se aplicou neste caso, mas continua nessa procura interior.
Agora meu caro gregário, volta para junto do teu rebanho que eu, honrosamente, voltarei para ao que muitos de vocês gostam de classificar como HORDA.

Lovely,
Sweet Dré