segunda-feira, maio 22, 2006

Curiosidades

Saudaçoes, seus selvagens e suas selvetes!

Respondendo ao repto lançado pelo Dré Bambi venho desta forma relatar alguns acontecimentos e curiosidades da semana da Queima. Nao vou seguir nenhuma ordem cronologica por motivos obvios, ja é uma sorte lembrar-me de alguns momentos.

Antes de passarmos às noites propriamente ditas, gostava de partilhar uma situaçao que muito me agastou na semana em questao. Nao sei se sabem mas a minha carteira tem vontade propria (ate ja fez parte de sindicatos e isso) mas o mais caricato é que ainda é mais alcoolica que o dono. Imaginem vocês que a maldita da carteira perdeu-se duas vezes de mim num espaço temporal de 3 dias. O que vale é que sou um ser astuto (com uma ponta de sorte) e encontrei a reles carteira pelas 2 vezes. Na ultima ocasiao em que a encontrei tive de apanhar 3 autocarros 93 em busca dela, sendo que felizmente adormeci na 1º viagem e so acordei na praia. Naturalmente que quando o motorista me acorda na ultima paragem e diz "ei ca puta" eu saio com o intuito de viajar naquele autocarro até casa, e é neste momento que o inesperado acontece, aquando do momento da compra da senha reparo que nao tenho dinheiro, nem carteira. Mas lá a encontrei e agora sou feliz.

Jantares

O primeiro jantar teve lugar na churrasqueira da sra Fernanda e devo dizer que nao é bom local para as nossas noite de farra. Nós até curtimos ir lá comer bifanas e beber canecos de tarde, mas no que aos jantares diz respeito não temos grandes condições para exercer a nossa arte. O terrivel sabor do vinho e da receita impedem-nos de atingir marcas vistosas de litros consumidos e o facto de habitarem individuos por cima da churrasqueira não nos permite cantar em plenos pulmões as mais belas canções Selvagens.

Se o jantar nao foi muito agitado, o mesmo nao pode ser dito em relação à viagem de Metro. Foi assustador. As pessoas entravam, as portas fechavam e passado 2 segundos conseguia ver a frustração na cara delas por terem escolhido aquele transporte, naquele momento. A não ser 3 meninas bem boas que nos acompanharam até ao recinto, cantando connosco e aplaudindo quando nós entoavamos em sua honra "Essa cu paga renda, paga renda paga renda".

O segundo jantar no castiço foi muito mais hardcore, conseguimos os minimos para os jogos olimpicos (2 garrafas por selvagem) demonstrando assim que estámos a recuperar os nossos indices fisicos. Os Selvinhos deste jantar estiveram à altura embora fossem desnecessárias as cabeçadas aos muros no fim do jantar.

Noites da Queima propriamente ditas

Isto tem muito que se lhe diga, pois passámos metade das horas dos nossos dias naquele local. Hmm.. Vou assim fazer uns pensamentos por tópicos:

-Sei que bebi shots. Acabo de me lembrar que também bebi cervejas. E, de quando em vez, via outros selvagens a fazer o mesmo.

-Roubei os panfletos do Super Bock Super Rock e depois andei eu a distribui-los, o gajo deve ter ficado um pouco intrigado com a situaçao mas não se mostrou descontente.

-Eu e o Dré levantamos uma donzela do chão e salvamos-lhe a vida.

-O Squiggle apoderou-se de dezenas de preservativos e agora cada selvagem possui para cima de 20 exemplares (ou possuiu em tempos).

-Dois Selvagens (Daniel e Dré) bateram o recorde da barraca do teste do alcool com 4.3 e 4 respectivamente. Segui-se uma enorme festa enquanto eu procurava reacçoes das pessoas em redor, em directo para a SportTV.

-O Fanzeres é o melhor interprete em ingles da Peninsula Ibérica.. Lauren Lauren Lauren.

-Não conseguimos chegar a tempo de ver Quim Barreiros e por isso autoflagelamo-nos, bebendo absinto em quantidades que nao lembra ao menino Jesus.

-Absinto é bom.

-Nunca cheguei a casa com uma unica moeda.

-Nunca cheguei a casa antes das 9h.

-Não me lembro de alguma vez ter chegado a casa, em qualquer uma das noites.

E assim me despeço, muito ficou por contar e quando me contarem prometo que vos conto.

Abraços Selvagens,
Tripas

P.S. Alterei o título à ultima da hora, este post iria chamar-se Viva à massa, mas reparei que isto de ter títulos referentes a comida é uma coisa extremamente parva.

terça-feira, maio 16, 2006

A Semana do Pão Com Chouriço

"Olha eles..."

"Bons olhos vos vejam!".
Sim, após umas semanas sem emblemáticos textos, o blog voltará a ser decorado com novos pensamentos, novas reflexões e, acima de tudo, novas aventuras dos já conhecidos, amados e odiados, difamados e adorados, SELVAGENS.

Após a nossa tourné a Barcelos, a qual o Sr. Cinemas A.K.A. João Vaz ficou de relatar (tens mais umas horas para acabar isso ou acabam-se os descontos nos bilhetes para a Lusomundo!), estivemos diariamente presentes no Queimódromo da Queima das Fitas do Porto 2006.
Como é sabido, eu não compactuo com a vida boémia, tanto que noitadas nem de mês a mês quanto mais 1 semana só a beber dormir, beber dormir.
Mas fui em resposta aos vários e-mails e cartas registadas que me enviarem com pedidos como:

- "Caro Magnata André, contamos consigo toda a semana de Queima com o objectivo de avaliar o serviço de toda a totalidade das barracas. Esperamos que nos ajude no controlo de stock de alcool. Ass.: Ladrão Mór da FAP (Nota: o seu esforço será recompensado com almoços, jantares e um carro novo gratuito)".

De facto a FAP tem uma gestão incrivel de recursos monetários, conseguem levar a Melanie C. à Queima das Fitas e ao mesmo tempo renovar o parque automóvel todos os anos. Será que o preço dos vossos bilhetes tiveram também em consideração a inflação do preço do petróleo e a crise dos polos americano/iraniano? Já que vos pagam os carros, a gasolina será um mal menor, a sério, podem chular o povinho que é na boa... Anormais!!

- "Drézinho vais à Queima não vais, vamos repetir aquelas noites fugosas terminadas na praia... Pfv fófinho!"

Ups... Estas não vão de encontro ao meu objectivo - Delete.

- "Meu grande Selvagem, conto contigo nas noites de Queima para ajudares o próximo. É que há quem não coma para poupar para a Queima e depois sentem-se mal!"

Infelizmente é verdade, agora finda a Queima quero deixar uma advertência para o próximo ano. Se forem para lá sozinhos, não bebam. Senão vai haver um pobre coitado que vos vai ver no chão, isolados/sem amigos, quase a morrer, de forma menos sóbria essa pessoa irá ter o bom senso de vos pegar pelos braços, mesmo não vos conhecendo, e vos levar ao INEM.
É verdade, gostava de saber quem era a gaija que levei este ano! Amiga, quantas vezes foste lá naquela noite? É que quando lá chegamos, mal os enfermeiros te viram, exclamaram "Fogo, esta outra vez?". Tem cuidado, senão fosse eu e o tripas, já podias ter um rim à venda no mercado negro... Ou outros males de ordem sexual.

- "Yóh Boy, aparece na Queima que depois é só gandas histórias!"

A todos os que mandaram estes mails dréds... Os Zé Milhos é nos morangos, na Queima somos todos Jorges Palmas. Ah, não! Esqueçam, o Jorge Palma não bebe, é da personalidade.

E muitos mais pedidos do género entraram na minha caixa de correia convencional ou electrónica. Continuemos.

A Queima das Fitas deste ano correu dentro da normalidade.
Muita música, muita gente, muitas barracas, poucas filas, pouco alcool e droga nem vê-la. Não houve desentendimentos entre os figurantes do queimódromo, ninguém se sentiu mal (fora a rapariga que falei acima, mas acredito que aquilo foi do leite achocolatado que ela bebeu à 2 meses) e os autocarros de Queima eram mais que os usuários.
Agora a sério, o verdadeiro espírito do estudante revela-se na Queima, o alcool disperta as arestas dos círculos intelectuais nos quais nos inserimos. A forma próxima com que as pessoas se dão enquanto urinam em frente a uma parede monótona e fria, os amigos que se faz, e amigas, enquanto transitamos de barraca em barraca. O slogan da Queima das Fitas deveria mesmo ser "Hoje não é arroz... HOJE É MASSA". É que é mesmo.

Mas para quem pensa que a Queima passa apenas pelo ingerir bebidas e estupefacientes, comer gaijas ou até mesmo bater no desconhecido, não. A essência desta grande festa académica é o Pão Com Chouriço.
Pergunto-me, será que todos bebemos o mesmo tipo de bebida? Será que todos fumamos o mesmo? Será que todos gastamos os nossos fundos monetários nas mesmas barracas? Claro que não. Mas houve um movimento unânime, um acto conjunto e mágico, a troca de 2 euros por uma bela ficha que mais tarde se transforma num sucoso Pão Com Chouriço. Esse Pão que é lavrado por mão sábias e, aposto, nada higiénicas, esse Pão que supera a grandiosidade do sabor do alcool, esse Pão que se fosse medicamento se intitularia por Gurosan Special Edition.
Esse belo Pão Com Chouriço... Que me fez deitar os dedos à boca por 2 vezes e não deixou de ser uma tentação.

A semana foi incrível, sim. Os jantares Selvagens voltaram à normalidade e voltamos a superar a marca de mais de 2 garrafas por pessoa, marca que tende a ser o mínimo admissível. As viagens de metro e autocarro até ao Queimódromo ficarão para sempre na memória dos utentes que tiveram o privilégio de viajar connosco, belas músicas, belas frases ( por falar nisso, "ESSE CU PAGA RENDA?"), belos espéctaculos de arte urbana, tudo proporcionado pelo espírito Selvagem.
Só um acréscimo, falando das marcas supracitadas, os Selvagens garantiram, como seria de esperar, o top 2 na barraca do "bufa no balão e se bateres o record levas 10 preservativos" com 2 resultados acima dos 4.2 de gramas de alcool no sangue - orgulho no Deus Baco.

Não me vou alongar mais pois pouco mais me lembro dessas belas noites. Deixo apenas o desafio a todos os Selvagens para darem o seu contributo e darem a todos os nossos visitantes um pouco das vossas histórias de Queima.

Abraço de um amante do Pão Com Chouriço,
André Soares